Além da tradicional Bicicletada paulista que ocorre toda última sexta-feira do mês na Praça do Ciclista, está sendo organizado também a Bicicletada Interplanetária.
A idéia veio da Ciemmona (Massa Crítica Interplanetária), que ocorre em Roma todo ano quando os ciclistas deixam a capital até chegarem ao litoral.
A idéia de São Paulo é, basicamente, fazer a massa crítica pedalar todo o caminho da Praça do Ciclista até a praia. Ou seja, a galera vai sair da Av. Paulista até chegar em Santos.
A Bicicletada Interplanetária está prevista para ocorrer no dia 6 de dezembro e é aberta a todo ser humano que queira escapar um pouco das jaulas de metal conhecida como carros e do estresse de uma cidade que esqueceu o que é viver e ser um pouco humana. E para provar isso, além de garantir a viabilidade do evento, no último sábado, 5 de julho, eu e mais doze loucos (pela vida) decidimos fazer o trajeto. Seria um prólogo do que imaginamos que será um dos eventos mais maravilhosos que o país irá ver, com centenas de pessoas tomando as estradas rumo ao litoral.
Segue abaixo o relato que escrevi na lista Bicicletada:
"Foi um dia fora do comum mesmo, fazer uma aventura dessa com a companhia que tive foi uma das melhores coisas que já fiz na vida. Nem mesmo o fato de eu ter ficado 30hs acordado e dormido 2hs para o passeio me tirou o pique e, 100km depois, à noite, ainda estou com disposição para mais!
Às 7 da manhã, encontrei parte do camburão na praça do ciclista (na frente do banco, na verdade, pois a praça está interditada, de novo) e encontramos o resto lá no metrô Santa Cruz. Reencontrei "velhos" conhecidos e fiz novas amizades, que ficaram ainda mais estreitas no fim da aventura.
Apesar de várias paradinhas pelo caminho para "abastecimento" e manutenção das bikes, fomos embora numa boa, num bom ritmo. Clima meio frio, com um solzinho aparecendo depois, tudo conspirava para um passeio que prometia, e que ganhou um mascote, a Rosinha, a bonequinha de pano da Aninha.
Eis que nas margens da Imigrantes, a policia rodoviária tenta nos parar, sem sucesso. Numa segunda tentativa, conseguem, mas como o Márcio falou, implicaram por implicar, sem embasamento legal. Apesar disso, os dois soldados foram legais com a gente, estavam apenas cumprindo ordens do sargento mala mal-comido. A cena da policia fazendo o falso camburão e segurando o trânsito da Imigrantes (Imigrantes!!!) para cruzarmos a pista me encheu de orgulho!!! Teve direito até a cena cômica de um caminhão passando pela pista (trecho proibido) e os policiais gritando e entrando desesperados no carro e saindo cantando pneu atrás do caminhão, como se fôsse um fugitivo e como se eles fôssem os CHIPS.
Depois disso, chegamos à entrada da estrada da manutenção. Um verdadeiro desafio de bike trial, BMX. Minha híbrida quase não aguentou e ainda fomos intimidados por um segurança de uma propriedade privada, de moto e com facão, quando estávamos entrando dentro da propriedade por culpa do André. Que, aliás, errou o caminho mais algumas vezes mais pra frente e nos fez subir muitos metros por sua nó-ceguice (hahaha). E ainda tivemos de ouvir do segurança, em uma moto, que estavam barrando ciclistas na estrada porque representávamos um problema ambiental!!!!
Depois do off-road, chega a hora do asfalto. Meu, que coisa é aquela. Parecia uma montanha russa gigantesca, no meio da serra. Descidas e mais descidas a altíssima velocidade, onde uma falha no freio significaria morte certa e resgate de corpo a centenas de metros abaixo. Também tinha várias subidas que acabaram com meu joelho, mas sobrevivemos e valeu a pena. Várias fotos no caminho, subi numa escadinha que não levava a lugar nenhum só pra ver a vista da coluna gigante da Imigrantes à altura, ouvindo o barulho dos carros que se arrastavam pela via enquanto nós estávamos lá embaixo, felizes, curtindo a vista e descansando. Depois, pausa dentro de um túnel-caverna e na cachoeira cheia de macumba. E a vista cada vez mais bonita.
No final, depois de sermos parados na entrada do parque, ainda tivemos de carregar bike barranco acima a pé e em cima do barro. Quase tomei vários capotes e a coisa ia ficar feia. Valeu a quem ajudou a segurar minha magrela-não-tão-magrela! E depois de um trecho ridículo de subida, finalmente chegamos, na reta que nos levaria a Santos. Nesse ponto, o Alexandre se despediu e foi para Itanhaém e seguimos adiante.
Depois de pedalar um pouco, ainda passamos por cima de uma ponte estaiada, essa que não proíbe ciclistas. Mais fotos! E comecei a sentir muita dor no joelho, de novo (amanhã vou tirar chapa dele pra ver se tá tudo certo).
Daí em diante, fômos só pedalando reto, em direção à cidade de Santos, que mais parecia fictícia, porque nunca chegava. O André foi rebocando a Aninha que não aguentava mais e mesmo assim o cara deixou todo mundo pra trás. Finalmente chegamos, depois de mais várias paradas. E nada de praia. Cruzamos a cidade inteira para ver a praia e não tinha! Passamos por uma ciclovia muito legal, com farol de bike até! Até que, depois de quase 90km... eis que surge o mítico oceano, que sempre esteve ali mas que para nós, paulistas (de nascença ou coração) é sempre algo de outro mundo. Chegamos lá com nossas pernas e forças! Mais uma fotinho mental para guardarmos conosco.
A Juliana, que até essa semana tava com medo da viagem, de não acompanhar a gente, deixou muito marmanjo pra trás e acabou com a bike novinha em folha dela! Asfalto seco, molhado, terra, cascalho e agora areia na coitada. Paramos numa barraquinha que não tinha Skol e comemos e bebemos um pouco enquanto o sol se punha e demos muita risada. Inclusive nos foi relatado que tinha um senhor (que disseram ser o sr. Marcio Campos - será?) que estava lavando a bunda na pia do banheiro. Realmente, deprimente e só podia acontecer num evento maluco desses.
Depois, só pedalamos mais um pouco até a rodoviária, onde os outros 9 pegaram o bumba pra capitar e eu sozinho pra Sum Bernardo. Depois que a galera saiu, tive que aguentar um nóia pedindo droga pra mim (que não acreditou quando eu falei que era careta! Tenho cara de tão drogado assim?) e o motorista do ônibus pediu pra eu soltar a roda da frente. Com dificuldade e sem jeito (nunca tinha soltado hehe) o fiz, entrei e dormi. Pouquissimo tempo depois, já tava na Anchieta, quase chegando. Tive um pequeno contratempo pra montar a bike porque não consegui montar o freio dianteiro e voltei só com o traseiro. E 100kms depois, estava em casa, às 20hs, são e salvo. Incrível, parecia que passaram semanas na companhia da galera.
Bom, é isso, desculpem pelo longo relato, mas na verdade, isso não passa uma fração da adrenalina e do prazer que senti no dia de hoje. Como disse o Márcio, quem perdeu, perdeu.
Um forte abraço suado e feliz pra todos vocês!!!!"
terça-feira, 8 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Bicicletada (Critical Mass)
Provavelmente você conhece ou já ouviu falar da Bicicletada, a Massa Crítica brasileira.
Se não ouviu falar, entre em www.bicicletada.org agora! É informação obrigatória não apenas para quem é ciclista, mas para qualquer pessoa que se locomova, seja como fôr, na cidade.
Muito do conteúdo desse blog vai girar em torno da Bicicletada!
Se não ouviu falar, entre em www.bicicletada.org agora! É informação obrigatória não apenas para quem é ciclista, mas para qualquer pessoa que se locomova, seja como fôr, na cidade.
Muito do conteúdo desse blog vai girar em torno da Bicicletada!
Bem-vindos!
Olá pessoal,
Estou criando esse blog porque, apesar de haver vários sites e blogs que sempre me ajudam com tudo que eu preciso saber, há várias coisas que eu compartilho com essas pessoas que eu gostaria de disponibilizar em um lugar.
A idéia desse blog é poder ajudar a todos que usam a bicicleta tanto quanto objeto de lazer e prazer quanto quem usa como veículo de transporte. Essas pessoas sabem que a bicicleta é muito mais do que só isso.
Espero que gostem!
Estou criando esse blog porque, apesar de haver vários sites e blogs que sempre me ajudam com tudo que eu preciso saber, há várias coisas que eu compartilho com essas pessoas que eu gostaria de disponibilizar em um lugar.
A idéia desse blog é poder ajudar a todos que usam a bicicleta tanto quanto objeto de lazer e prazer quanto quem usa como veículo de transporte. Essas pessoas sabem que a bicicleta é muito mais do que só isso.
Espero que gostem!
Inauguração do bicicletário da EMTU em São Bernardo
(Mensagem originalmente escrita em 04 de julho de 2007, na lista da Bicicletada)
Hoje cedo compareci à inauguração do bicicletário do terminal de ônibus da EMTU em São Bernardo do Campo.
Logo cedo me vesti a caráter, preparei a magrela e peguei a nova avenida Lauro Gomes, rumo ao centro. Estava em dúvida sobre que parte do terminal o bicicletário estaria, pois o acesso não é dos melhores.
Chegando lá, encontrei o Maurício que participa também dos passeios da CAB e já avistei uma grande multidão bem no começo do terminal, quase na entrada dos ônibus e tróleibus da EMTU (os ônibus municipais param no terminal em frente). Era ali mesmo. Até marchinha da PM tinha. Mal pude ver como era o bicicletário e fui abordado por dezenas de repórteres e fotógrafos. Como eu estava com meu "uniforme" e a magrela bem equipada, todos acharam que eu era competidor. Me senti um verdadeiro mega-star! :)
Os repórteres dos jornais e tv locais queriam saber o que esse bicicletário significava para mim e para os ciclistas em geral. Fiz questão de relevar a importância de iniciativas como essas, assim como novas ciclovias e ciclofaixas, pois o que precisamos é de mais bicicletas e menos carros nas ruas. Para alguém que usa a bicicleta como meio de transporte, tanto para lazer e trabalho, como eu, um local para deixar a bicicleta enquanto vou a clientes, lojas, bancos e outros lugares é essencial. Espero que meus depoimentos façam as pessoas e alguns políticos abrirem o olho para essa questão.
Passado o alvoroço, cortaram o laço e abriram o bicicletário, e pude conferir como ficou. O local usado para o bicicletário é a estrutura de um ponto de ônibus desativado. O espaço em volta da estrutura de concreto coberta foi fechado com grades e uma estrutura de ganchos foi montada, capaz de guardar 40 bicicletas, com iluminação. Para usar o bicicletário, você precisa fazer um cadastro e recebe uma carteirinha. O local fica trancado e é vigiado durante todo o horário de funcionamento, das 6 às 22hs.
Fiz meu primeiro teste deixando a bike ali, pois tinha de ir para o banco. Um dos funcionários me pediu para que eu "depenasse" a bike, ou seja, retirasse todos os acessórios. Aproveitando a onda, sugeri para os organizadores para incluírem um armário no bicicletário para capacete e acessórios, como o Carrefour faz para as motos. Já que é recomendável que todos os ciclistas usem capacete, deixar seus acessórios lá, seria mais cômodo do que carregar tudo isso por aí. O bom foi que eles pareceram ter gostado da idéia, vamos ver se isso vira.
Durante o evento, fiquei sabendo que estão planejando uma ciclovia da Vila São José até o centro, de aproximadamente 10km. Uma boa notícia, se realmente sair do papel.
Hoje cedo compareci à inauguração do bicicletário do terminal de ônibus da EMTU em São Bernardo do Campo.
Logo cedo me vesti a caráter, preparei a magrela e peguei a nova avenida Lauro Gomes, rumo ao centro. Estava em dúvida sobre que parte do terminal o bicicletário estaria, pois o acesso não é dos melhores.
Chegando lá, encontrei o Maurício que participa também dos passeios da CAB e já avistei uma grande multidão bem no começo do terminal, quase na entrada dos ônibus e tróleibus da EMTU (os ônibus municipais param no terminal em frente). Era ali mesmo. Até marchinha da PM tinha. Mal pude ver como era o bicicletário e fui abordado por dezenas de repórteres e fotógrafos. Como eu estava com meu "uniforme" e a magrela bem equipada, todos acharam que eu era competidor. Me senti um verdadeiro mega-star! :)
Os repórteres dos jornais e tv locais queriam saber o que esse bicicletário significava para mim e para os ciclistas em geral. Fiz questão de relevar a importância de iniciativas como essas, assim como novas ciclovias e ciclofaixas, pois o que precisamos é de mais bicicletas e menos carros nas ruas. Para alguém que usa a bicicleta como meio de transporte, tanto para lazer e trabalho, como eu, um local para deixar a bicicleta enquanto vou a clientes, lojas, bancos e outros lugares é essencial. Espero que meus depoimentos façam as pessoas e alguns políticos abrirem o olho para essa questão.
Passado o alvoroço, cortaram o laço e abriram o bicicletário, e pude conferir como ficou. O local usado para o bicicletário é a estrutura de um ponto de ônibus desativado. O espaço em volta da estrutura de concreto coberta foi fechado com grades e uma estrutura de ganchos foi montada, capaz de guardar 40 bicicletas, com iluminação. Para usar o bicicletário, você precisa fazer um cadastro e recebe uma carteirinha. O local fica trancado e é vigiado durante todo o horário de funcionamento, das 6 às 22hs.
Fiz meu primeiro teste deixando a bike ali, pois tinha de ir para o banco. Um dos funcionários me pediu para que eu "depenasse" a bike, ou seja, retirasse todos os acessórios. Aproveitando a onda, sugeri para os organizadores para incluírem um armário no bicicletário para capacete e acessórios, como o Carrefour faz para as motos. Já que é recomendável que todos os ciclistas usem capacete, deixar seus acessórios lá, seria mais cômodo do que carregar tudo isso por aí. O bom foi que eles pareceram ter gostado da idéia, vamos ver se isso vira.
Durante o evento, fiquei sabendo que estão planejando uma ciclovia da Vila São José até o centro, de aproximadamente 10km. Uma boa notícia, se realmente sair do papel.
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